Tema do XVIII AsHisCom 2023

Comunicação, História e Memória


Na linha de Paul Ricoeur, Maurice Halbwachs e Pierre Nora, este congresso é um contributo para debater a produção de memória coletiva no espaço ibero americano e promover a busca e a análise de políticas de justa memória. Estas incluem o estudo plural e inclusivo de movimentos e atores sociais, representações mediáticas, arquivos privados e públicos, musealizações e outras construções materiais e discursivas relacionadas com produção e comunicação de memória, incluindo no meio digital.

É uma tarefa abrangente que implica académicos, cidadãos e políticos. Mas é também um desafio intelectual criativo que permite explorar novos caminhos metodológicos, como a valorização da história oral e a colaboração com outros campos disciplinares (a antropologia, os estudos críticos e culturais, mas também as artes e o jornalismo). Permanece atento e sintonizado com a multiplicação de lugares de memória e com as contínuas redefinições, apropriações e negociações dos lugares de memória e de conhecimento histórico. Trata-se de uma agenda multidisciplinar que reconhece a natureza social da prática histórica e abre um olhar crítico sobre os passados presentes e a politização da memoria coletiva. 

A emergência do tema da memória nos estudos históricos constitui uma das linhas de investigação mais atuais e está relacionada com movimentos de (re)democratização das sociedades, com novos protagonismos a serem disputados por atores sociais em busca de reconhecimento e reparação e exigindo o direito à memória. Uma vez que a memória coletiva é também forjada pela História e pelos seus silêncios e esquecimentos, este congresso estimula os investigadores e refletirem sobre o que significa investigar o passado, construindo memória, e quais as exigências, os contributos e as inovações epistemológicas e metodológicas trazidas pelo olhar da História da Comunicação.