Noticias del Congreso

26
May

El XVIII Congreso AsHisCom analiza la representación visual del Golpe de Estado de 1981 en España

Rafael Rodríguez Tranche, profesor catedrático de la Universidad Complutense de Madrid, será uno de los ponentes del XVIII Congreso AsHisCom que tendrá lugar los días 14 y 15 de septiembre en Lisboa, fruto de la colaboración entre NOVA FCSH y la Universidad Autónoma de Lisboa. 

Tranche estará presente en la Sesión Plenaria 2: Biografía histórica y fotografía como formas de construcción de la memoria colectiva, el segundo día del congreso, 15 de septiembre, entre las 10h y las 11h30 en el Auditorio 2 de la Universidade Autónoma de Lisboa, donde desvelará la compleja red intermedia en la que un acontecimiento histórico — el Golpe de Estado de 1981 en España — se convirtió en un relato colectivo y en un fenómeno. La sesión contará también con la presencia de la especialista en biografía y feminismo histórico Anna Caballé (Universidad de Barcelona) y con Jacinto Godinho (NOVA FCSH/ICNOVA) como moderador.

El programa completo de AsHisCom 2023 está disponible aquí: https://xviiiashiscom2023.fcsh.unl.pt/programa/

15
May

La interpretación de la prensa satírica presente en el XVIII Congreso de AsHisCom

María Eugenia Gutiérrez Jiménez, secretaria de AsHisCom – Asociación de Historiadores de la Comunicación, será una de las moderadoras y ponentes del XVIII Congreso de AsHisCom, que tendrá lugar el 14 y 15 de septiembre de 2023, en Lisboa, fruto de una alianza entre la Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de la Universidade Nova de Lisboa y la Universidade Autónoma de Lisboa.

La investigadora de la Universidad de Sevilla moderará la Sesión 5, que tendrá lugar entre las 11:15 y las 13:00 horas del 14 de mayo, en el Colégio Almada Negreiros, titulada «Memoria del Campo Iberoamericano de la Comunicación 3», en la que participarán los investigadores Marialva Barbosa (Universidad Federal de Río de Janeiro), Ángel Luis López Villaverde (Universidad de Castilla-La Mancha), András Lénárt (Universidad de Szeged), Samuel García-Gil (Universidad del País Vasco) y Ana Regina Rego (Universidad Federal de Piauí ) & Ranielle Leal (Universidad Estatal de Piauí).

Jiménez trae al congreso el tema de la prensa satírica andaluza y su interpretación a lo largo de los años en una comunicación titulada “El periodismo de las periferias. Reescribiendo su Historia desde la prensa satírica andaluza (siglo XIX)” que forma parte de la Sesión 10” Metodologías y aproximaciones a la Historia de la Comunicación”, que tendrá lugar el 15 de septiembre, entre las 8:30 y las 10:00 horas en la Universidade Autónoma de Lisboa, moderado por Marialva Barbosa (Universidad Federal de Río de Janeiro).

La comunicación tiene como principal objetivo cuestionar la interpretación que se le ha dado a la prensa satírica desde la Historia de la Comunicación, que la cataloga como prensa menor o como subgénero de la prensa ideológica.

El programa completo de AsHisCom 2023 se puede consultar aquí: https://xviiiahiscom2023.fcsh.unl.pt/programa/

10
May

La memoria y la prensa costarricense presentes en AsHisCom 2023

Patricia Vega, de la Universidad de Costa Rica, será una de las ponentes principales del XVIII Congreso Internacional de la Asociación de Historiadores de la Comunicación – AsHisCom 2023. La investigadora, docente y periodista costarricense trae al congreso el tema de las representaciones de las mujeres afrodescendientes en la prensa costarricense.

Vega estará presente en la mesa redonda «Medios de comunicación e historia pública: de las dictaduras a las democracias», con Rui Cádima (NOVA FCSH e ICNOVA) y Jaume Guillamet Lloveras (Universidad Pompeu Fabra), moderada por Concha Langa-Nuño (Universidad de Sevilla).

En una de las sesiones paralelas, presentará su comunicación «La imagen de la mujer afrodescendiente en la prensa del Caribe costarricense», en la que se propone analizar los anuncios de las publicaciones periódicas que circularon en la región caribeña de Costa Rica, entre 1880 y 1940, para identificar la imagen construida de la mujer afrodescendiente y su impacto en el imaginario colectivo.

Ambas actividades (mesa redonda y presentación de ponencias) tendrán lugar el primer día de AsHisCom 2023, el 14 de septiembre, en el Colégio Almada Negreiros (NOVA FCSH).

Recordamos que, fruto da parceria entre as duas instituições na organização do congresso, o segundo dia de trabalhos (15 de setembro) decorre inteiramente na Universidade Autónoma de Lisboa.

Consulte aqui o programa do AsHisCom 2023: https://xviiiashiscom2023.fcsh.unl.pt/programa/

25
Abr

Carla Baptista «A génese do moderno jornalismo português nasceu com o 25 de Abril»

Na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, os jornalistas portugueses acordaram para uma realidade que se transformava à frente dos seus olhos. O golpe militar e o fim do Estado Novo abanaram todas as estruturas da sociedade – e o jornalismo não foi exceção.

Como era o jornalismo que foi desafiado para fazer a cobertura de uma Revolução histórica e que impacto teve o 25 de Abril na profissão? Carla Baptista, investigadora do ICNOVA, especialista em história dos media e do jornalismo, traça o retrato do jornalismo português antes, durante e após o golpe militar de 1974. A instabilidade do pós-25 de Abril gerou um período único – intenso, comprometido e criativo – para os media nacionais.

A poucos meses da realização do AsHisCom 2023, o congresso internacional da Associação de Historiadores da Comunicação, Carla Baptista reflete também sobre a importância de reforçar a investigação nesta área e de não esquecer o contributo do jornalismo na construção da memória histórica, essencial para a cidadania.

Comecemos por olhar para o pré-Revolução. Como podemos caracterizar o jornalismo português durante o Estado Novo?

Essa questão abre logo uma polémica que divide a forma como os investigadores olham para o jornalismo durante regimes autoritários, como foi o nosso. Para alguns, não existe jornalismo sem democracia. Sem liberdade de imprensa, o jornalismo é sempre uma atividade de propaganda submetida aos interesses da ditadura.

Partilha dessa opinião?

Acredito que é possível haver jornalismo mesmo em ditadura, reconhecendo obviamente as enormes limitações que a censura impõe ao jornalismo, tal como aconteceu em Portugal durante mais de 40 anos. Ainda assim, talvez pelas características da censura em Portugal e porque a política de informação assentou mais em nivelar o discurso através do instrumento da censura prévia do que em acionar uma máquina de propaganda – embora esta existisse nos momentos de crise do regime –, sobreviveu alguma diversidade na imprensa e uma capacidade dos jornalistas para abordarem temas que não estavam diretamente relacionados com a prática política, ou com o escrutínio das instituições políticas.

Carla Baptista, investigadora ICNOVA

Havia, portanto, alguma margem para fazer jornalismo em Portugal?

Diria que foi possível fazer jornalismo – e fazer bom jornalismo – nas editorias da cultura, da sociedade, do internacional, até do desporto. Isso é fundamental para diferenciar o caso português. Mas também nos dá a nós, investigadores, uma consciência de que a ditadura não foi sempre igual. Estamos a falar de mais de 40 anos, com décadas muito diferentes entre si. Temos de nos aproximar daquilo que queremos estudar, isso é muito importante para analisar depois a forma como os jornalistas reagem a uma rutura também brutal e muito holística, no sentido em que balançou as estruturas da sociedade e do jornalismo. Refiro-me, claro, ao 25 de Abril.

Falemos, então, da madrugada do 25 de Abril de 1974 e do longo dia que se seguiu. O que se destacou na cobertura jornalística ao próprio golpe militar? 

É uma história bastante extraordinária. Quando começamos a falar com jornalistas e a perguntar “onde é que estava no 25 de Abril?” –  a famosa pergunta do jornalista português Baptista Bastos – percebe-se que havia uma rede de pessoas que já estavam ligadas à oposição e que iam tendo alguma informação. Não sabiam quando ia ser o golpe, mas sabiam que estaria iminente.

Os jornalistas estariam, de certa forma, a postos? 

Sim, muitos jornalistas foram acordados às 5h, às 6h, às 7h da manhã, sintonizaram-se imediatamente com aquela realidade e conseguiram interpretá-la. Houve logo uma identificação da importância dos acontecimentos e da necessidade de ir cobrir o que se passava, de ir para a rua e para os sítios estratégicos. É extraordinário reconstruir essa corrente elétrica de informação dispersa que começa a unir pessoas e muitos jornalistas. O que vemos entre os jornalistas é essa consciência de que era algo muito importante, aguardado com muita esperança e à qual vão aderir imediatamente.

Que casos emblemáticos marcaram essa cobertura jornalística?

Todos os jornais generalistas, sem exceção, fizeram três, quatro, cinco, até seis edições. Houve chefes de redação que não dormiram durante duas noites. O fluxo de informação era ininterrupto e todos tinham a noção de que não se podia parar de contar o que estava a acontecer. Adelino Gomes, afastado da Rádio Renascença, foi para a rua fazer as entrevistas que acabaram por se tornar históricas – incluindo ao Salgueiro Maia – com um microfone emprestado por colegas do Rádio Clube Português. Os dois grandes fotojornalistas do 25 de Abril, Eduardo Gageiro e Alfredo Cunha, ambos trabalhando para o jornal O Século, passaram o tempo a correr entre a rua e a redação para revelarem as fotografias e conseguirem cobrir o máximo de locais e protagonistas.

A exceção é a RTP…

A televisão é um caso particular. A RTP não filmou o 25 de Abril porque não foi permitido a nenhuma equipa sair, os militares controlaram quem saía e quem entrava nas instalações, na altura ainda no Lumiar. A equipa da RTP, constituída pelo operador de câmara João Rocha e pelo assistente, saiu já depois das pelas 16h, sub-repticiamente, e captou as primeiras imagens oficiais de televisão, poucos minutos antes da rendição de Marcelo Caetano no quartel da GNR no Largo Carmo e a sua retirada para a Pontinha, onde ficou detido. Mas, nos dias seguintes, a RTP mergulhou de cabeça no 25 de Abril e transformou-se ela própria num ator político da revolução.

Capa do jornal O Século, 25 de abril de 1974 (5ª edição)
em: 25 abril 40 anos – Os dias da Revolução na Imprensa Portuguesa,
publicação do GEO – Grupo de Estudos Olisiponenses

A cobertura internacional do Abril português

Além desta cobertura nacional, o 25 de Abril foi também amplamente noticiado nos media internacionais. Como é que a informação circulou tão rapidamente?

Esse é um dos aspetos que merece ser mais bem investigado. As principais agências noticiosas internacionais estavam em Lisboa. A France-Presse, a Reuters, as agências americanas, a espanhola EFE, assim como os principais jornais europeus e a revista Time tinham correspondentes no país. As agências foram determinantes para passar a informação para o mundo. A Espanha, que nessa altura ainda era uma ditadura, seguiu com muita atenção o caso português. Investigadores portugueses, como a Rita Luís [do Instituto de História Contemporânea], têm estudado como a transição espanhola para a democracia foi influenciada pelo medo de que pudesse ocorrer em Espanha uma rutura revolucionária como a portuguesa.

A informação passou – e o interesse gerado na imprensa internacional foi muito grande.

Houve uma resposta incrível. Uma semana depois do golpe, no 1.º de Maio, já temos em Portugal dezenas de jornalistas estrangeiros dos principais jornais europeus e americanos. A imprensa internacional faz essa leitura de que a Revolução portuguesa era um acontecimento mediático de uma importância extraordinária. Estava muita coisa em jogo. Portugal era dos poucos países europeus que permanecia uma ditadura e havia a questão da descolonização. Não era só o que estava a acontecer em Portugal, mas como iria repercutir numa série de países ainda sob o domínio colonial português.

A forma como a Revolução decorreu contribuiu para este interesse internacional?

Sim, foi um autêntico enamoramento. Para Portugal convergiu uma procissão de observadores recrutados em contextos muito diferentes, e que também tentam influenciar o processo. Uns são pessoas de esquerda, marxistas e pós-marxistas, estão fascinados com o processo revolucionário e simpatizam com os ideais. Outros são mandatados por regimes democráticos com orientação mais à direita, designadamente alemães e norte-americanos, esses estão cheios de medo de que Portugal se torne uma ditadura comunista controlada pela antiga União Soviética. Hoje sabemos que todos os partidos portugueses desta altura receberam muito apoio internacional. Claro que essa movimentação política se traduziu num enorme interesse mediático por parte de vários países.

Capa do jornal A Capital, 25 de abril de 1974 (edição 12h)
em: 25 abril 40 anos – Os dias da Revolução na Imprensa Portuguesa,
publicação do GEO – Grupo de Estudos Olisiponenses

Pós-25 de Abril: a instabilidade que permitiu pensar os media e o papel dos jornalistas

Estes movimentos à esquerda e à direita são muito importantes no processo que se segue no pós-25 de Abril, com impacto no jornalismo. A figura do jornalista-revolucionário tornou-se transversal nos meios de comunicação? 

Tal como muitas vezes olhamos para o período antes do 25 de Abril com um olhar um pouco grosseiro, porque queremos abarcar tudo, nesta fase também se cometem os mesmos erros. Há essa ideia de que os jornalistas se tornaram todos militantes, num sentido de engajamento partidário, de fusão entre o que eram os interesses políticos e a cobertura jornalística.

Não concorda com essa visão?

A minha tese é diferente. A maioria das pessoas olha para a instabilidade que se seguiu ao 25 de Abril como algo negativo e que impactou negativamente os jornalistas. Há muitos casos sonantes, como o caso do jornal República, a ocupação da Rádio Renascença, as tentativas de ocupação da RTP e o facto de a RTP ter tido uma administração militar formalmente até 1979. Isto tudo é verdade. Ainda assim, a profunda divisão que se instalou e o facto de o poder estar muito repartido e não pertencer, na verdade, a ninguém, levou a que talvez tenha sido o período mais democrático que tivemos, do ponto de vista de pensar os media, a sua função na sociedade e o papel dos jornalistas. Isso foi vivido com uma intensidade e com um compromisso que se traduziu em trabalhos jornalísticos notáveis.

Quase como a ideia de uma tela em branco? 

Foi a ocupação de um espaço vazio que se abria ali e que era preciso preencher com uma ideia de jornalismo, uma ideia de sociedade e uma ideia de poder. Na política, apesar de tudo, havia referentes internacionais para as diferentes configurações políticas, que ajudaram a forjar os modelos e os perfis emergentes. Esses referentes não existiam para o jornalismo.

Mas existiam jornais que seguiam, assumidamente, referências internacionais. 

Os projetos jornalísticos mais emancipadores e inspiradores que existiam em Portugal – o Expresso, o Diário de Lisboa, e o República numa versão pobre, mas combativa – deixaram de conseguir dar resposta. Já não serviam numa situação completamente disruptiva, na qual as fontes de informação se inverteram, assim como as relações de poder e as prioridades. Foi preciso encontrar qualquer coisa de novo. Podemos dizer que, se a génese da democracia portuguesa nasce no 25 de Abril, como escreveu o historiador Fernando Rosas, também a génese do moderno jornalismo português nasce no 25 de Abril.

As fronteiras não se esbatiam entre este compromisso para pensar o jornalismo e o compromisso político?

Não vejo esse período como só de instrumentalização, de tentativa de controlo, de ocupação, de transformar os jornalistas em funcionários dos partidos. Vejo, sobretudo, como um tempo de descobrir uma função e uma missão para o jornalismo. Acredito que esse movimento e essa dinâmica foram suficientemente fortes para ter criado resistências, para que o jornalismo não se tivesse tornado nem totalmente propagandística, nem totalmente ao serviço de um projeto ideológico com uma configuração político-partidária.


A construção de um novo quadro legal e o “período mais criativo do jornalismo”

Nesta lógica de ocupação de espaço vazio, é também preciso criar uma moldura institucional e regulatória que não existia, contemplando necessidades como a Lei de Imprensa ou um Código Deontológico para jornalistas. Como foi este processo?

Umas avançaram mais depressa do que outras. A parte que dependia mais da iniciativa governamental avançou muito rapidamente, sobretudo a questão do enquadramento legal e da Lei de Imprensa de 1975 – muito importante porque acabou com a censura, criou o Conselho de Imprensa e criou novos direitos e deveres para os jornalistas. O que dependia mais da autorregulação dos jornalistas avançou mais devagar. Essa característica mantém-se, aliás, ainda hoje. A comunidade profissional dos jornalistas portugueses sempre teve défices de autorregulação. O primeiro Código Deontológico é de setembro de 1976, aprovado em assembleia do Sindicato dos Jornalistas. O Sindicato dos Jornalistas foi, aliás, o grande promotor destas iniciativas de autorregulação e dos primeiros congressos dos jornalistas. Era o coração da profissão, de onde partiam as iniciativas mais importantes.

Em termos de técnicas e práticas jornalísticas, qual o impacto da Revolução e do período que se seguiu?

É o período mais criativo do jornalismo. Experimentam-se novos formatos, géneros, narrativas, storytelling, agendas editoriais…  Há uma massa crítica nova que chega à profissão e que encontra um contexto muito livre e favorável à experimentação e ao exercício criativo.

Há, portanto, mais pessoas interessadas em fazer jornalismo? 

Sim, o 25 de Abril teve um impacto enorme no alargamento da comunidade jornalística. O número de jornalistas duplicou. Criaram-se muitos jornais a seguir ao 25 de Abril. Os grandes empregadores – a rádio pública e a televisão pública – despediram algumas pessoas no âmbito dos processos de saneamento, mas recrutaram três vezes mais. Esta massa crítica trouxe uma nova energia, alguma experiência (até porque regressam vários jornalistas que tinham sido afastados) e trouxe capacidade de decisão porque agora essas pessoas ocupam lugares de chefia. Na RTP isso é muito visível.

Capa do jornal Diário Popular, 25 de abril de 1974
em: 25 abril 40 anos – Os dias da Revolução na Imprensa Portuguesa,
publicação do GEO – Grupo de Estudos Olisiponenses

De que forma? 

A televisão foi uma espécie de refúgio para muita gente, incluindo muitas pessoas ligadas ao cinema. Beneficiou de uma mistura de linguagens criativas que passam a ser incorporadas em conteúdos, reportagens e programas jornalísticos. Houve também o nascimento do jornalismo de investigação em televisão, que passou a fazer-se com outra maturidade e de uma forma muito questionadora da sociedade e da política.

Com que características?

É um jornalismo de investigação com novas ferramentas e linguagens, que se debruça sobre outros sujeitos, a antítese do jornalismo sedentário. É um jornalismo imersivo, cru, que dá muita voz às pessoas, que procura compreender e desvelar realidades complexas de trabalho e de educação, os temas prioritários da revolução. Isto nunca mais se repetiu, sobretudo se compararmos com o jornalismo que temos hoje, tão dependente de conteúdos ready made. Nesta perspetiva, esse período foi muito refrescante.


A importância da memória histórica “para a própria cidadania”

Estamos a falar de um dos períodos mais marcantes para a profissão e, como referiu, uma espécie de “génese” do jornalismo português. Quão importante é aprofundar a investigação nestes temas?

Parece-me não só importante, mas também importante que seja uma investigação feita por pessoas com uma sensibilidade próxima das ciências da comunicação. Ou seja, não olhar para estas coberturas jornalísticas e mediáticas apenas como fontes históricas, que é muitas vezes a forma como os historiadores as usam, de uma forma extrativa. Não estou a dizer que todos os historiadores façam isto, mas não têm normalmente uma sensibilidade tão grande para as dinâmicas comunicativas, não as pensam como elementos estruturantes dos processos sociais e políticos. A memória histórica não é estática, e tem de ser apreendida numa perspetiva evolutiva, dinâmica e conflitual.

Capa do jornal República, 25 de abril de 1974 (3ª edição)
em: 25 abril 40 anos – Os dias da Revolução na Imprensa Portuguesa,
publicação do GEO – Grupo de Estudos Olisiponenses

Considera que há falta de memória histórica nas novas gerações de jornalistas?

Tenho a certeza. Não só dos próprios jornalistas, como das pessoas em geral sobre o jornalismo. Conhecem pouco o papel do jornalismo nos processos históricos. A memória histórica é fundamental para a cidadania, para a identidade coletiva, mas também para perceber a centralidade dos media nestes processos. Essa consciência permite-nos tornar mais críticos em relação àquilo que são os conteúdos mediáticos, resistir melhor à desinformação contemporânea. Ser capaz de ler criticamente os media integra uma cidadania plena e não vejo como possa realizar-se sem conhecer a potência do jornalismo na história.

Coordena a comissão organizadora do congresso internacional da Associação dos Historiadores da Comunicação, o AsHisCom 2023, que decorrerá em Lisboa, em setembro. O que podemos esperar do congresso, neste sentido das ligações entre memória histórica, transições democráticas e dinâmicas dos media?

Esse é mesmo o tema do congresso – Comunicação, História e Memória. Quando o discutimos com a direção da AsHisCom, uma associação que reúne académicos da América Latina na área da História e das Ciências da Comunicação, quisemos criar um espaço de reflexão sobre o passado e de ação sobre o presente. Vai ser uma oportunidade fantástica para percebermos como a nossa história tem mais coisas em comum do que aquilo que a distância geográfica, cultural ou a especificidade dos processos políticos e sociais poderiam fazer pensar. É um congresso que vai conectar experiências e criar pontes e redes de suporte, que é o que mais precisamos nos dias que correm.

12
Abr

¡Habemus programa AsHisCom2023!

Ya tenemos cerrado el programa definitivo del XVIII Congreso AsHisCom2023, en Lisboa, una iniciativa compartida entre la Universidade Nova de Lisboa y la Universidade Autónoma de Lisboa. Serán dos días, dos sedes y un puente de fraternidad y reflexión sobre la historia, la comunicación y la memoria uniendo nuestros caminos. Nuestros ponentes invitados para las sesiones plenarias han confirmado su presencia y hacemos un llamamiento a todos los congresistas con comunicaciones aceptadas para las mesas paralelas para que completen su inscripción antes de la primera fecha límite – 30 de mayo, coste reducido. Por favor, consulten la información en la página web del congreso: https://xviiiashiscom2023.fcsh.unl.pt/instrucciones-inscripcion/.
Dejamos aquí el programa completo para su consulta, aún sujeto a cambios. Iremos actualizando toda la información a través de la web. ¡Gracias a todos!

28
Mar

AsHisCom 2023: un congreso, dos universidades

El XVII Congreso de la Asociación de Historiadores de la Comunicación (AsHisCom 2023) tendrá lugar en Lisboa con un enfoque innovador: la ubicación será en dos universidades diferentes de la ciudad. La Universidade Nova de Lisboa y la Universidade Autónoma de Lisboa se han unido para ofrecer un evento en doble sede, en una alianza que favorece un debate más dinámico, amplio y enriquecedor para los ponentes y participantes.

A través de esta asociación, cada día del congreso se lleva a cabo en una de las universidades. El 14 de septiembre, la bienvenida y las sesiones del día tendrán lugar en el Colegio Almada Negreiros, en el campus Campolide de la Facultad de Ciencias Sociales y Humanas de la Universidad NOVA de Lisboa. Ya el día 15 de septiembre, será la Universidade Autónoma de Lisboa la que reciba a los delegados.

27
Mar

INSCRIPCIONES ABIERTAS PARA PREMIOS ASHISCOM 2023 

Ya están abiertas las postulaciones a los Premios Internacionales AsHiscom 2023 en Historia de la Comunicación, que tienen como objetivo distinguir las mejores tesis doctorales y trabajos finales de maestría sobre este tema. El plazo de presentación finaliza el 30 de abril de 2023 a las 14 h.

Promovido por la Asociación de Historiadores de la Comunicación (AsHisCom), el objetivo de los Premios es promover el estudio y la investigación sobre la Historia de la Comunicación en cualquiera de sus dimensiones temáticas y metodológicas, tanto desde perspectivas especializadas como interdisciplinares.

Los Premios AsHisCom 2023 integran tres modalidades diferentes:

V Premio Internacional de Tesis Doctorales – ver convocatoria
III Premio Internacional de Trabajos Finales de Máster – ver convocatoria
III Premio Internacional de Trabajos de Fin de Grado – ver convocatoria
La convocatoria está abierta a trabajos cuya defensa en prueba pública haya tenido lugar entre el 1 de julio de 2020 y abril de 2023 y que hayan obtenido una puntuación máxima (en el caso de tesis doctorales) o excelente (en el resto de tipología de trabajos, considerando la clasificación máximo equivalente en Portugal). Se aceptan trabajos en portugués, castellano, catalán, gallego, euskera, inglés o francés.

Los Premios se entregarán en el XVIII Congreso de AsHisCom, evento que tendrá lugar en Lisboa, los días 14 y 15 de septiembre, en una organización conjunta entre la Asociación de Historiadores de la Comunicación e ICNOVA.

8
Feb

Memoria de las transiciones políticas de finales del siglo XX reúne especialistas portugueses, españoles y argentinos en debate

Los especialistas ya confirmados para el panel temático sobre la Memoria de las transiciones políticas de finales del siglo XX aportan diferentes perspectivas y experiencias al Congreso de AsHisCom. De Portugal, España y Argentina, Maria Inácia Rezola, Suzana Cavaco, Rafael Quirosa, Julio Moyano y Marcelo Borrelli se reúnen en AsHisCom 2023 para contribuir a una historia comparada y/o conectada del espacio iberoamericano.

Maria Inácia Rezola es investigadora do Instituto de História Contemporânea de la Facultade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa y profesora adjunta da Escola Superior de Comunicação Social (ESCS-IPL), donde coordina la sección de Humanidades y el comité editorial de la revista Comunicação Pública. Con amplia experiencia en investigación, con énfasis en temas relacionados con el Estado Novo y la transición a la democracia, su participación en el panel temático estará dedicada al tema «Disputas por la memoria: historia y memoria del salazarismo en la prensa».

Suzana Cavaco es investigadora del CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» y profesora adjunta da Facultade de Economia da Universidade do Porto. Es profesora de Ciencias de la Comunicación en la Universidade do Porto, tras haber sido profesora y directora de la Escola de Jornalismo do Porto entre 2001 y 2006. Recibió el Premio Calouste Gulbenkian de Historia Moderna y Contemporánea en 2012 por el libro «Mercado media em Portugal no período marcelista». En AsHisCom 2023 abordará el tema «Dirigir e administrar um jornal no período revolucionário em Portugal: memórias e representações».

Rafael Quirosa es Profesor Titular en el área de Historia Contemporánea de la Universidad de Almería, España, donde coordina el grupo de investigación «Estudios del Tiempo Presente» y fue elegido director de la Facultad de Humanidades. Miembro fundador de la Sociedad de Estudios sobre la Guerra y el Franquismo y presidente de la Sociedad de Estudios Históricos Almerienses. Especialista en los temas de la guerrilla antifranquista y la Guerra Civil española, también ha dedicado los últimos años a la investigación sobre el periodo de transición española a la democracia. Al panel temático del Congreso AsHisCom aportará el tema «La Transición difundida en los medios de comunicación».

Julio Moyano es profesor en la Universidad Nacional de Lanús y en la Universidad de Buenos Aires, Argentina. Especializado en Metodología de la Investigación e Historia de los Medios de Comunicación, le interesan especialmente la historia de los medios impresos y los procesos de reciclaje de prácticas y tecnologías. Es miembro de la Red Iberoamericana de Historiadores de la Prensa y el Periodismo y de la Asociación de Historiadores de la Comunicación. Junto con Marcelo Borrelli, abordará en el Congreso de AsHisCom el tema «Los medios de comunicación en Argentina entre la dictadura y la consolidación democrática» (1983-91).

Marcelo Borrelli es profesor en la Facultad de Ciencias Sociales de la Universidad de Buenos Aires, Argentina, donde es coordinador del área «Historia de la Comunicación Impresa». Es investigador adjunto del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET) de Argentina e investigador del Instituto de Investigación Gino Germani. Tiene una amplia experiencia como investigador sobre la historia de la prensa durante la dictadura militar argentina y sobre temas relacionados con la historia reciente del país. 

El debate estará moderado por Concha Langa Nuño, presidenta de AsHisCom.

9
Ene

Vídeo Concha Langa Nuño 

Concha Langa Nuño, presidenta de AsHisCom – Asociación de Historiadores de la Comunicación invita a todos a estar presentes en el XVIII Congreso AsHisCom 2023, que se realizará los días 14 y 15 de septiembre de 2023, en el Colégio Almada Negreiros de la Facultad de Ciencias Sociales y Humanas de la Universidade Nueva de Lisboa. Os recordamos que el call for papers está abierto hasta el próximo 28 de febrero.

Mira el video aquí.

26
Dic

la política vista por el periodismo

Convocatoria abierta hasta el 28 de febrero

El congreso AsHisCom2023, que tendrá lugar los días 14 y 15 de septiembre en el Colégio Almada Negreiros de Lisboa, organizado por ICNOVA (Instituto de Comunicación de NOVA FCSH), analizará las relaciones políticas entre Portugal y España en el siglo XX desde la mirada del periodismo. La primera mesa de estos Diálogos Ibéricos reúne a los investigadores Jorge Pedro Sousa, Teresa Ferré Panisello, Helena Lima, Ana Cabrera, Clara Sanz y Alberto Pena, moderada por Jaume Guillamet, y abordará la política ibérica, desde principios de siglo hasta la revolución portuguesa y la transición española. Todos los investigadores que investigan en esta perspectiva comparada, en el campo político o de otro tipo, también están invitados a enviar sus propuestas. El call for papers está abierto hasta el 28 de febrero. Consulte toda la información en el sitio web del congreso en https://xviiiashiscom2023.fcsh.unl.pt/pt/tema-do-congresso/

8
Nov

ICNOVA ORGANIZA XVIII CONGRESO ASHISCOM

El Instituto de Comunicação da NOVA (ICNOVA) será el encargado de organizar el XVIII Congreso de la Asociación de Historiadores de la Comunicación dedicado al tema “Comunicación, Historia y Memoria”. La solicitud fue aprobada al término del XVII Congreso AsHisCom, que tuvo lugar los días 9 y 10 de diciembre de 2021, organizado por la Universidad de San Cristóbal de La Laguna, en Tenerife.

8
Nov

DIÁLOGOS IBÉRICOS E IBEROAMERICANOS EN DESTACADO

El XVIII Congreso de AsHisCom pretende contribuir al fortalecimiento de las investigaciones colaborativas y fortalecer los puentes entre los espacios ibérico e iberoamericano. Por ello, hemos creado una sección específica para alojar estos trabajos. Animamos a todos a pensar en hacer networking porque juntos pensamos e investigamos mejor.